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Em termos gerais, a primeira revolução industrial foi desencadeada pela popularização da máquina a vapor; a segunda,
pelo uso da eletricidade e das linhas de montagem; a terceira, pelo surgimento da eletrônica e da robótica.
Segundo especialistas, a quarta revolução industrial irá formatar a economia por meio da junção de vários fenômenos
atuais, como a própria internet das coisas e a ciência dos dados, ou, como é mais conhecida, a Big Data.
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Hoje já se vive essa realidade de tecnologias digitais e superconectividade, onde a informação é o bem mais valioso. O
avanço tecnológico é tanto, que os buscadores web podem reconhecer perguntas feitas com linguagem natural e até mesmo a
voz humana.
A vinda da computação nas nuvens, com terabyts de espaço para armazenamento e acesso remoto a informação,
tem eliminado a necessidade de suportes físicos de armazenamento de dados. Os computadores quânticos são a promessa do
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aumento sem precedente na capacidade de resolução de problemas. O Google anunciou recentemente ter um computador
quântico já operacional. Segundo especialistas, a máquina resolve, em segundos, cálculos que normalmente os
processadores já existentes levariam até cinco anos para resolver.
Há também os assistentes virtuais, que prometem ser o próximo nível na realização de tarefas. A exemplo disso,
recentemente a IBM lançou o Watson, um “sistema cognitivo” que, segundo seus criadores, é capaz de entender a
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linguagem natural de tweets, textos, artigos, relatórios e estudos. Segundo a IBM, além de aprender a cada
experiência de busca,o sistema também é capaz de ensinar as pessoas.
Um relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial e outros trabalhos recentes evidenciam mudanças dramáticas
no futuro das profissões. Segundo um estudo famoso realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido,
acerca da grande incógnita sobre o futuro do trabalho nas próximas décadas, 702 profissões poderão ser automatizadas nos
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próximos vinte anos.
Esse estudo considerou atribuições específicas de cada profissão como, por exemplo, a capacidade de sugerir soluções
criativas, interações sociais, capacidade de negociar, persuasão, coordenação de funcionários, improvisação,
adaptação e uma dezena de outros aspectos práticos e que envolvem inteligência social. Chegaram a um índice que
varia entre 0 (nenhum risco de substituição) e 100% (risco total).
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No livro A nova divisão do trabalho, publicado em 2004, os economistas Frank Levy, do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT), e Richard Murnane, da Universidade Harvard, afirmavam que os robôs ainda não seriam capazes de
realizar algumas tarefas mais complexas como dirigir um veículo, por exemplo. A previsão foi superada logo no ano
seguinte,
quando Stanley, um carro sem motorista da Universidade Stanford, venceu um desafio da Agência de Projetos Avançados de
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Defesa dos Estados Unidos. A tarefa, considerada essencialmente humana até 2004, tem agora 89% de chance de ser realizada
por uma máquina. Outros projetos de robótica e inteligência artificial do Google já ameaçam superar o paradoxo de
Moravec - como ficou conhecida a dificuldade de adaptação das máquinas, em referência a Hans Moravec, pesquisador de
robótica da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos. Os projetos desenvolvidos pela empresa Boston Dynamics,
por exemplo, estão criando robôs capazes de correr, saltar, atravessar obstáculos, reconhecer gestos humanos, além de
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aprender com seus próprios erros e traçar estratégias complexas na resolução de problemas. Recentemente dois alunos de
robótica da Aberystwyth University, no Reino Unido, criaram um “robô bibliotecário” com a capacidade de
reconhecer solicitações verbais e autonomia
para se movimentar no acervo e encaminhar os estudantes até os livros requisitados. O robô Hugh está em fase de
testes e, mesmo que ainda não seja um exemplo de inteligência artificial, tem potencial para realizar as tarefas de
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interação e serviços de informação para usuários.
A capacidade de adaptação às rápidas mudanças que estão ocorrendo no âmbito do trabalho não é mais uma opção
profissional, é uma condição sine qua non de qualquer trabalhador deste novo milênio.
Internet: www.biblio.cartacapital.com.br (com adaptações).