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Em alguns hospitais brasileiros, rotinas “analógicas”, como checagem de medicação e registro de pacientes,
já foram transportadas para o sistema digital.
Em um desses hospitais, por exemplo, um sistema único
desenhado pela área de tecnologia da informação permite que, desde a entrada do paciente na instituição,
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todos os seus movimentos sejam monitorados.
Prontuários e exames são visualizados on‐line. Quando o médico
solicita um remédio, o pedido chega à farmácia, a enfermagem é notificada e a conta já vai para o paciente
ou plano de saúde.
“É tudo interligado. O sistema monitora horários de medicação,
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tempo de atendimento e processos administrativos, como solicitação de equipamentos”, diz um gerente de
tecnologia da informação de uma dessas instituições.
De seis anos para cá, quando a ferramenta passou a funcionar
mais amplamente, o número de atendimentos emergenciais realizados aumentou 40%. O tempo para a liberação de um
leito caiu de seis horas para uma hora e vinte minutos.
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“A informatização evita telefonemas, caminhadas incessantes
entre setores para localizar dados, reduz custos com papel e filmes radiográficos e nos libera para prestar mais
atenção no paciente e menos na papelada”, afirma o coordenador de emergência geral de um desses hospitais.
Uma rede de hospitais, pioneira no uso da biometria para identificar pacientes e funcionários, implementou o sistema para
tentar reduzir fraudes. Deu tão certo que a instituição resolveu adotar, mais recentemente, prontuários digitais
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unificados para toda a rede, além de uma ferramenta para o agendamento de consultas on‐line, totens de autoatendimento
e até aplicativos para celular em que o usuário pode acompanhar resultados de exames e marcar procedimentos.
“Se o paciente não quiser, nem precisa falar com um atendente”, diz o superintendente de tecnologia da rede hospitalar.
Nos últimos três anos, a rede conseguiu diminuir em 20% o tempo de espera nos ambulatórios. Caiu também o número de
consultas e exames.
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Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, o uso da tecnologia em hospitais
pode, sim, revolucionar o atendimento, mas falta muito para isso acontecer.
“Tem modismo nessa história de informatização
e, às vezes, pouca funcionalidade. Tem hospital que diz ter prontuário eletrônico e, na verdade, digita e imprime o papel.
Ou o médico deixa a prescrição escrita e outros profissionais digitam. Isso pode resultar em erros sérios”.
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O ideal, de acordo com o presidente, além de ser tudo digital, seria implementar um sistema de prontuário unificado não só na rede
privada, mas também no sistema público. “Isso sim seria revolucionário”, opina.
Juliana Vines. Sistemas digitais agilizam recursos e reduzem custos nos
hospitais. Internet: < www.temas.folha.uol.com.br > (com adaptações).